Novas regras evitarão dupla tributação de multinacionais
06 de janeiro de 2023Thais Shingai, sócia da nossa área tributária, conversou com Beatriz Olivon, do Jornal Valor Econômico, sobre as novas regras para o cálculo de preços de transferência. Uma batalha antiga do setor produtivo, que agora vê as regras brasileiras seguindo o padrão internacional, que leva em consideração as características econômicas de cada transação, e possibilitando que as multinacionais evitem a bitributação.
Como as novas regras serão obrigatórias apenas a partir de 2024, as empresas e o próprio Fisco terão tempo para se preparar para a mudança, podendo as empresas, ainda, antecipar a adoção da nova regra já em 2023, salienta o gerente de economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A MP ainda prevê a realização de consultas prévias à Receita sobre preços de transferência, criando um espaço para diálogo entre Fisco e contribuintes que, segundo Thais Shingai, poderá reduzir o contencioso tributário. A advogada afirma que “se tiver uma situação que gere muita dúvida interpretativa, o contribuinte poderá ir à Receita Federal e alinhar o entendimento. Não sabemos como será na prática, mas poderá ser feito”.
Para Thais, o lado negativo dessas mudanças é o provável aumento do custo de compliance (conformidade para as empresas). A advogada afirma que, agora, a norma é muito mais detalhada e deverá ser criada alguma metodologia de prestação de informações sobre as operações controladas.
Embora as novas regras sejam “mais subjetivas”, segundo a própria Receita Federal, a MP apresenta novos instrumentos que trarão segurança jurídica e previsibilidade.
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