Impacto do aumento do IOF para os brasileiros
28 de julho de 2025Thais Romero Veiga Shingai, sócia da nossa área tributária, foi entrevistada pela jornalista Bárbara Carvalho na Edição do Meio-Dia, da GloboNews, sobre o impacto do aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os brasileiros.
Shingai explicou que o impacto inicial será sentido por quem adquirir moeda estrangeira — seja em espécie, cheque viagem ou por meio de cartões pré-pagos internacionais. A alíquota foi unificada em 3,5%, independentemente da forma de aquisição, e passou a valer após decisão proferida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), no dia 16 de julho, restabelecendo a cobrança. Ela também ressaltou que o aumento do custo de crédito para empresas tomadoras de empréstimos pode afetar, indiretamente, o preço de produtos e serviços, gerando impacto no bolso do cidadão.
Sobre a natureza e os objetivos do imposto, Thais destacou que o IOF é um tributo regulatório, ou seja, embora gere arrecadação, sua principal finalidade é regular a política monetária e cambial, influenciando o fluxo de moeda, o custo do dinheiro e as taxas de juros. A recente polêmica surgiu porque, nas declarações de representantes do Poder Executivo, ficou evidente que o aumento teve como finalidade principal ampliar a arrecadação para viabilizar o ajuste fiscal, e não exercer sua função regulatória. Esse foi o argumento que levou o Congresso a suspender o aumento, transferindo a decisão final ao STF.
A advogada reforça que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que retomou a vigência do aumento, ainda depende de confirmação pelo plenário do STF — ou seja, ainda pode haver mudanças. Trata-se de uma arrecadação expressiva: segundo estimativas divulgadas, o aumento pode gerar impacto de R$ 20 bilhões ainda em 2025 e de R$ 40 bilhões em 2026. Embora beneficie os cofres públicos, o efeito sobre a economia pode ser negativo.